por rapvibe192,
Forasteiro
O Rock e o Rap estão novamente juntos, só que dessa vez em uma escala invertida onde o Hip Hop assumiu o protagonismo, a linguagem muito bem feita por Planet Hemp, Pavilhão 9 e outros artistas brasileiros nos anos 90 e 2000 vem sendo diferenciadamente explorada por um novo artista, apaixonado pelo Rock, respirando verdadeiramente o Rap: Forasteiro.
Rafael Portela mais conhecido como Forasteiro é um rapper de Zona Sul de São Paulo, passou os últimos 5 anos viajando Brasil à dentro por conta do seu antigo trabalho, muito tempo longe de casa Forasteiro agora estabelecido em Concórdia, Santa Catarina focou suas energias na música, lançou seu primeiro som recentemente chamado ‘Em cima da laje’, o primeira faixa de um EP… mas se engana quem pensa que é sua primeira experiência com a música, a história é antiga.
Uma mistura muito interessante entre o Rap e o Rock em que é possível perceber logo na primeira impressão de ‘Em cima da laje’ essa união de uma forma bem explicita, se trata da de uma foto do Forasteiro bem pequeno tocando uma guitarra de brinquedo e ao fundo discos do Elvis Presley, deixando bem exposto a sua ligação com o Rock… Já o nome da música se conecta diretamente com o Rap e com a cultura dos jovens artistas nacionais, simplesmente por estar em um local comum ao Hip Hop, ‘Em cima da Laje’ pensando na vida.
De certo que não se da pra julgar o livro pela capa, mas é muito interessante essa conexão visual do Rap e Rock antes da música em si começar, isso mostra um cuidado e sutileza do Forasteiro que é bem bacana pra uma primeira música, mas como disse anteriormente, se engana que pensa ser essa a primeira conexão dele com a música…
Forasteiro nasceu na época em que o Grunge começava a se destacar na multidão, com tio rockeiro foi fácil acompanhar bandas construindo obras que mais tarde se tornariam clássicos da música mundial como sons de Rage Against The Machine, Linkin Park, Nirvana, Pearl Jam, Stone Temple Pilots, Alice in Chains e muito mais… Mais pra frente tocou bateria em uma banda que fazia tributo ao Red Hot Chilli Pepers mas acabou abandonando a música em um primeiro momento, porém é aquele ditado pra artistas, ‘você pode sair da música mas a música nunca sai de você’ é ai que nasce Forasteiro e seu Rap Rock.
Meu principal motivo de migrar pro Rap é porque o Rock hoje em dia… eu não vejo tanta visibilidade, meio que o Rap se destaca mais, e eu não to aqui pra perder tempo com guitarrista, baixista que fica brigando, arrumando treta… passou dessa fase, já não sou mais uma banda de garagem […] Com o beat e com meu flow já consigo resolver minha vida.
Em conversa com RapVibe192
A música ‘Em cima da laje’ é muito pra frente, como diz o próprio Forasteiro ‘É motivacional… só verdades que acabei jogando pra fora’ é bem isso mesmo na realidade, um beat com guitarra ditando a melodia junto com uma voz inconfundível e ás vezes perfeitamente cortante, tem rimas e mais rimas da perspectiva de alguém pensando sobre a vida de cima da laje, dos momentos dolorosos e de desabafo aos mais confiantes em uma persistência de motivar muito interessante de se ouvir por conta da entrega que é feita nessa música, sem dúvidas uma amostra incrível do que vamos encontrar no EP.
Forasteiro é muito isso, deslocado de todo esse sentimento comum que sufoca sonhos e com uma energia em querer se expressar da forma mais ávida possível como o Rock pede, é também muito certeiro e verdadeiro como o Rap é principalmente consigo mesmo, de cidade em cidade tentando viver um sonho.
Forasteiro está preparando um EP pra sair em breve com 5 faixas na tentativa de dialogar dentro do Rap Rock com os sentimentos de depressão e ansiedade trazendo isso da forma mais nua possível, a primeira faixa sendo mais motivacional como presenciamos ‘Em cima da laje’, a segunda música se chama máscaras e tem um dialogo direto e afiado sobre a depressão, já as outras faixas vão vir de forma muito honesta também, buscando explorar os sentimentos do EP em cada letra, cada flow, beat, bpm, ponte, instrumento… É um trabalho que promete bastante por ser verdadeiro e corajoso o suficiente pra falar de um assunto tão delicado e em um formato de renovação que é o Rap Rock.
Rafael trabalha com vários artistas do Rap na produtora Nave-Mãe e em outros projetos, sempre consumiu os grandes clássicos do Rap Nacional e agora cada vez mais próximo dessa nova safra que muito promte, são artistas incriveis que as vezes não tem a oportunidade de falar o que queria mas que lutam todo dia por essa liberdade, Assim são os artistas independentes, assim é a Nave-Mãe quanto projeto e essa é a visão do Forasteiro.
Quantos Sabotage hoje tão batendo laje?!
Quantos 2Pac tão trabalhando no Mec?!
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